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    O gosto por aprender confunde-se com a minha existência e com ser mulher

   Ser mulher em Portugal aos 52 anos, num contexto totalmente atípico de pandemia, talvez tenha mostrado a multiplicidade de estruturas alicerçastes da vida que foram mudando. A proximidade da família que permitia, tantas vezes, que as avós ficassem com os netos.

     O trabalho quase in house ao trabalhar perto de casa, sendo doméstica, ou, simplesmente, encontrando soluções no seio do casal, que, não tão raras vezes assim, fazia e faz com que seja a mulher a abdicar da sua vida profissional para cuidar dos filhos. Também, tantos homens fizeram e fazem questão que nós mulheres, obremos, lado a lado com eles, na vida profissional, encontrando connosco soluções para abraçarmos a vida académica e profissional.

 

    Mostra disso, é a percentagem crescente de mulheres no ensino superior (abraçando matemáticas, físicas, engenharias, advocacia, medicina,…) e no mercado de trabalho, ocupando altos cargos, nacionais e internacionais.

     Sei haver muito ainda a fazer, mas analisando o meu próprio percurso de vida posso considerar-me uma mulher de sucesso (salvaguardando claro, no contexto e realidade que é a minha). Fui à escola! Pensem bem, na magnitude destas palavras! Há 52 anos ter paralisia cerebral era um desafio dantesco e herculano para quaisquer pais.

     Talvez assim, consiga transmitir o impacto que os meus pais tiveram e têm na minha vida. A escolha, entrega, determinação, amor deles faz com que eu faça parte das mulheres escolarizadas deste Mundo!

      

      Desculpem, é com a lágrima no canto do olho, que escrevo estas palavras. Estudar, aprender, brincar, conviver, crescer e desenvolver com colegas diferentes, mas ímpares. Ímpares porquê? Porque é ímpar o que não tem par, comparação com nada.

      Espantada fiquei, quando no ciclo preparatório a minha mãe me levava ao Colégio Andaluz e os meu colegas me ajudava a subir escadas, levar andarilho, no refeitório, na cada de banho, no recreio (onde saltava à corda e ao elástico, imagine-se!) Eis os heróis de tantas façanhas!

Colegas de turma do Colégio Andaluz

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      Todo o meu percurso escolar e académico foi pautado por exigência, mas por uma entreajuda de colegas, professores e pessoal escolar que me permitiu aceder, de acordo com as minhas especificidades, ao mundo académico de pleno direito.

 

      A vós Luísa Gomes, Fernando Godinho, Nuno Pena, Célia, Graça Figueiredo, Carla Barbosa, Lucília, Gonçalo Eloy uma ovação, por, em conjunto com os meus pais tornarem possível ir, aceder, vivenciar, semear e colher.

Gabriela Serrão, Helena Santos, Isabel Ramos, Pedro Raposeira
Colegas Formadores do IEFP de Santarém

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    Profissionalmente falando, como trabalhadora independente, a formação na figura do CAP, IEFP, NERSANT, MPV Consultores, FORDIS, sempre asseguraram condições, onde pudesse colocar ao serviço dos formandos os meus conhecimentos e competências.

 

       São tantos os Diretores dos Centros de Formação, Coordenadores, colegas Formadores e Formandos a quem estou grata, por ombrear de igual para igual com colegas homens e mulheres, sempre atentos no deixar aquela sala, mais acessível, disponível para mim, no grande livro dos intangíveis das relações humanas todos os detalhes que me fazem ser parte de uma família e estar em casa.

 

      Sim, em santarém encontrei pessoas que comigo, meus pais e elas, fazerem e fazem com que possa ser uma mulher ativa contributiva, realizada no mundo do trabalho.

      Socialmente, encontrei pessoas, familiares, conhecidos e amigos, que me criaram oportunidades para viver momentos inesquecíveis no mergulho, bodyboard, convívio, fisioterapia, hidroterapia, ginástica, viagens,… e em casa, onde tenho uma mulher, a minha mãe, Maria Celeste Duarte Faria e um homem, o meu pai, José Francisco Pereira Faria, que complementando-se fizeram de mim uma pessoa que ama ser mulher e a vida e que acredita que mais do que se ser homem e mulher, colocando o cerne da questão no género, um mero efeito, é preciso trabalhar a pessoa, a família, os contextos, para que independentemente do género, se considere a pessoa e o seu contexto e se trabalhe as causas que impossibilitam a vivência do eu de pleno direito, dando vida à sua identidade singular e única.

E porque Sou Mulher, a ti mãe… o colo do meu mundo.

Se mãe tivesse sido na vivência diária contigo e dos teus exemplos, a maternidade seria uma ato de amor tão vasto como a vida em si.

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     Todos os separadores que aparecem agregados a este mostram a evidência e reconhecimento pessoal, profissional e social de etapas de vida, onde de 1992 a 1998 frequentei no ISLA de santarém a Licenciatura de Gestão de Recursos Humanos, onde tive colegas tão extraordinários que, organizaram um peditório junto de comerciantes e professores e ofereceram-me uma cadeira de liga-leve, muito cara para as minhas possibilidades económicas da altura, que ainda hoje é o prolongamento da minha pessoa e me acompanha para todo o lado.

 

      Graças a eles, professores, pessoal administrativo, Direção,…, tive uma vida académica muito feliz e fui a melhor aluna de sempre na instituição (à data dos factos).

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       No IPAM frequentei uma Pós-graduação em Gestão de Talentos e Competências que mudou a minha perspetiva do que é gerir pessoas, colocando o foco em competências e o desenvolvimento das mesmas para melhorar o rácio de custo/benefício, desempenho de pessoas e performance organizacional e o return on investment.

       Goste, ou não, de não encaramos as pessoas, em termos de realidade de gestão, como um recurso que tem de dar rendibilidade às instituições e contribuir para o lucro, mostrando diferenciação, as mesmas não querem saber em contribuir para o seu bem-estar e desenvolvimento de competências por não se transferir para o posto de trabalho.

       25 anos de trabalhadora independente permite-me dizer que as instituições não existem para fazer caridade, que emprego para toda a vida está em vias de extinção e que compete a nós aproveitar todas as oportunidades que surjam para evoluir em termos de formação académica e aquisição de novas competências.

 

      Foi e é o que tenho feito, sendo o MBA exemplo da oportunidade da conquista de uma bolsa na FULBRIGHT e permitiu ver reconhecidas, validadas e certificadas competências, subindo mais um grau académico.

 

       Todo o meu percurso de formanda, desde o curso de formação pedagógica inicial de formadores, frequentado no CNEMA, promovido e administrado pela CAP foi a minha rampa de lançamento para este admirável mundo da formação, onde nado por e com paixão.

 

       Todos os restantes cursos formativos Moodle, E-Formador, Coordenação e Gestão da Formação e, agora, Formação de Formadores são provas vivas de que aprender é e tem de ser um modo de vida, um vício que contamine corpo e mente e dê origem a emoções que nos permitam levar memórias para a vida.

Certificados
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